A manifestação será no mesmo dia do jogo da Nigéria e do Uruguai, marcado para as 19h.
Primeira manifestação em Salvador reuniu milhares de pessoas
Com cartazes de protesto nas mãos e entoando gritos de guerra, cerca de 8 mil pessoas participaram, nesta segunda-feira (07/06), na região do Iguatemi, de uma caminhada promovida pelo movimento Passe Livre Salvador.
Além de pedir gratuidade do transporte público para a população da capital baiana, os estudantes do ensino médio e superior, além de simpatizantes à causa que compareceram à manifestação, protestavam, também, contra as verbas públicas destinadas para as obras da Copa das Confederações e Copa do Mundo.
Os manifestantes iniciaram a caminhada no semáforo em frente ao Iguatemi, parando todo o trânsito da Av. ACM sentido Av. Tancredo Neves e, posteriormente, atingindo as avenidas que levam àquela região.
No decorrer do percurso, o movimento foi ganhando grandes proporções com a chegada de grupos de estudantes de várias instituições de ensino e representantes de outros movimentos sociais.
Membros de alguns partidos políticos tentaram expor bandeiras das respectivas siglas, mas foram coibidos pelos manifestantes, apesar de seguirem na caminhada.
Membros de alguns partidos políticos tentaram expor bandeiras das respectivas siglas, mas foram coibidos pelos manifestantes, apesar de seguirem na caminhada.
De acordo com membros do movimento, a manifestação não tem uma liderança definida nem pertence a partidos políticos. “O intuito do movimento é ser popular e não partidário, mas não podemos impedir que pessoas de partidos políticos participem porque elas são livres”, observou a estudante de direito Emile Costa.
Tensão
Apesar de não ter ocorrido qualquer confronto com a Polícia, a caminhada teve alguns momentos tensos. Um deles aconteceu quando uma mulher tentava conduzir o carro no estacionamento de um estabelecimento no fim da Av. Tancredo Neves. A motorista saía com o veículo no exato momento em que a caminhada chegava àquele ponto da via e foi preciso a intervenção pacífica de alguns policiais.
Já em um posto de gasolina antes da entrada do Stiep, alguns manifestantes não permitiram a saída de um carro, mas, ao mesmo tempo, outros participantes da caminhada mandavam que o veículo fosse liberado.
Próximo da Estação de Transbordo, algumas pessoas se assustaram e outras correram após ouvir o som de duas explosões. Alguns manifestantes acharam se tratar de confronto com policiais, mas logo foi percebido que se tratava de fogos de artifício.
Contra a Copa
Contra a Copa
“Da Copa eu abro mão, eu quero investimento para a saúde e educação”, dizia um dos gritos de guerra. Os protestos, que nasceram como reivindicação por gratuidade do transporte, foram motivados por insatisfações quanto aos gastos públicos com a Copa.
“Se tem dinheiro para investir em estádio, por que não investir no que realmente interessa para o povo?”, criticou o estudante de Ciências Sociais e membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba.
O médico Vicente Aguiar também marcou presença para apoiar os protestos. “Não é só o passe livre. O movimento acabou somando as várias insatisfações dos brasileiros. E isso acabou se intensificando com os movimentos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília”, disse.
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